A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (CONTAG) passará a elaborar regularmente o Anuário Estatístico da Agricultura Familiar, em parceria com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), e aproveita a Semana da Agricultura Familiar para lançar a sua primeira edição.
O Anuário Estatístico da Agricultura Familiar tem o propósito de mostrar a importância estratégica do segmento. Distribuído em temas como Características Gerais da População no Campo, Características Gerais dos Produtores e Estabelecimentos, Trabalho e Rendimento, Educação do Campo, Previdência Pública Rural, Terceira Idade, Juventude Rural, Mulheres no Campo, Meio Ambiente – Cadastro Rural, Reforma Agrária e Política Agrícola – Financiamento da Produção, reúne dados que indicam o quanto o segmento é e pode contribuir ainda mais com o desenvolvimento do País se tiver o devido apoio governamental e o entendimento de toda a sociedade acerca da sua valorização e reconhecimento.
A agricultura familiar brasileira é a principal responsável pelo abastecimento do mercado interno com alimentos saudáveis e sustentáveis, que busca a preservação dos recursos ambientais, a cultura rural, gera ocupações rurais e promove o desenvolvimento sustentável do País.
Com apenas 23% das terras, os 3,9 milhões de estabelecimentos familiares geram 10,1 milhões de ocupações no campo (67% das ocupações), respondem por 23% do valor bruto da produção agropecuária brasileira e pela dinamização econômica de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes (68% do total).
A sua importância é estratégica para o Brasil e para o mundo, pois é a oitava maior produtora de alimentos do planeta. Na América Latina e Caribe, as agricultoras familiares, camponesas e as mulheres indígenas produzem 45% dos alimentos consumidos.
É por esta e outras razões que a FAO declarou a Década da Agricultura Familiar (2019-2028), por meio da Resolução 72/239 de 2017, considerando seu papel também na preservação cultural e ambiental e as suas diferentes formas de viver e produzir. São mulheres, homens e LGBTQIA+, jovens e pessoas idosas, agricultores(as) familiares, assentados(as), reassentados(as), pescadores artesanais, quilombolas, indígenas, silvicultores, aquicultores e extrativistas que, de sol a sol, dedicam-se a promover a agricultura, a pecuária e atividades não agrícolas. Desse modo, contribui diretamente para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, sobretudo no combate à pobreza, à fome e a redução das desigualdades.
Os empreendimentos familiares produzem a diversidade de culturas, o que gera um impacto positivo na qualidade dos produtos e na relação com o meio ambiente. São fundamentais para influenciar as políticas de combate à inflação dos alimentos, promover a soberania e segurança alimentar e nutricional, gerar trabalho e distribuir renda.