CONTAG presente no lançamento do Relatório Conflitos no Campo Brasil 2021 da CPT

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Nesta segunda-feira (18 de abril) foi lançada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), a publicação anual, Conflitos no Campo Brasil 2021, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília, com a presença do secretário de Formação e Organização e Formação Sindical da CONTAG, Carlos Augusto Silva (Guto) e assessores da Confederação, entre outras representações de entidades sindicais, organizações sociais e de setores da Igreja Católica.

“Destaco o trabalho que a Igreja Católica desenvolve ao longo dos tempos para denunciar os conflitos por terra e na perspectiva de promover transformações sociais que façam do campo um lugar de vida, de justiça social e paz”, disse o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Joel Amado.

A 36ª edição do relatório da CPT registrou em 2021 no Brasil, 1768 ocorrências de conflitos no campo, com 897.335 pessoas envolvidas e 35 assassinatos. Em relação aos assassinatos houve um crescimento de 75% em relação a 2020, quando foram registrados 20 assassinatos. Desse total, 80% dos assassinatos foram na Amazônia Legal, sendo 11 assassinatos só no estado de Rondônia, seguido pelo Maranhão – 09 assassinatos, Roraima, Tocantins e o Rio Grande do Sul, ambos com 03 assassinatos.

De acordo com relatório, os estados com maior número de conflitos registrados são: o Pará – 156 casos, Bahia – 134, Maranhão – 97, Pernambuco – 88 e Mato Grosso – 79.

“A publicação anual Conflitos no Campo Brasil 2021 da CPT só evidencia as consequências da política de desmonte do governo federal que tem aumentado os conflitos e assassinatos no campo. Enquanto CONTAG, Federações e Sindicatos, somamos força com todos que atuam em defesa da terra, dos territórios, do campo, da floresta, das águas e das vidas”, frisou secretário de Formação e Organização e Formação Sindical da CONTAG, Carlos Augusto Silva (Guto).

O agricultor familiar Geovane da Silva Santos, pai do garoto Jonatas, morto a tiros em 10 de fevereiro no Engenho Roncadorzinho, no município de Barreiros, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, esteve presente e relatou que os conflitos continuam na região. “Eles envenenam as águas, as terras e ameaçam as famílias da comunidade. A gente fica sem saber quando as coisas vão se revolver lá no Engenho. Que as autoridades tomem as providências, pois a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (Fetape) já foi lá e foi feito o mapeamento desde 2015, e não sei como que o trabalhador rural ainda sofre tanto”, compartilhou.

O relatório ainda aponta que cresceu de 1.100% as mortes em consequência de conflitos no campo. Das 109 mortes registradas em 2021, 101 aconteceram no território indígena Yanomami.

“Depois de 500 anos de invasão, as caravelas continuam chegando aos nossos territórios. Além da pandemia, atualmente as crises sanitária, política, ética e social têm refletido diretamente nas vidas dos 305 povos indígenas do Brasil, pois o governo federal e o Congresso Nacional seguem negando os direitos dos povos originários do Brasil. Repudiamos todas as formas de violência. Viva aos povos indígenas”, frisou a indígena Guarani-Kaiowá, Kuñangue Aty.

Dentro de 30 dias, a CPT disponibilizará digitalizada a publicação anual, Conflitos no Campo Brasil 2021

FONTE: Comunicação CONTAG - Barack Fernandes

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