A Sucessão rural e incentivo à permanência da juventude no campo foi tema de Audiência Pública realizada na manhã desta sexta-feira (30) promovida pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, por meio de requerimento dos deputados Vilson da FETAEMG (PSB-MG) e Padre João (PT-MG). A CONTAG foi uma das organizações convidadas para o debate e a juventude rural brasileira fez uma grande mobilização para essa agenda e de pressão para a votação do Projeto de Lei 9263/2017, que propõe instituir a Política e o Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural.
A secretária de Jovens da CONTAG, Mônica Bufon, representou a juventude rural contaguiana na audiência, agradeceu aos deputados Vilson da FETAEMG e Padre João pelo requerimento e reforçou o pedido aos(às) integrantes da Comissão pela aprovação do PL 9263/2017. “Como uma jovem agricultora familiar, sei bem a realidade do que é ser jovem rural no País. É importante aprovar o PL que institui a Política e o Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural para garantir a permanência da juventude no campo e a soberania e segurança alimentar, ainda mais nesse cenário de aumento da fome da população brasileira.”
Segundo dados da Pnad/IBGE 2018, apresentados por Mônica durante a audiência, jovens entre 15 a 29 anos somam mais de 7 milhões de pessoas no municípios rurais.
“O nosso sonho é de ficar no campo, construir os nossos projetos de vida no campo, mas precisamos de políticas de acesso à terra, educação, saúde, trabalho, renda, acesso a mercado, acesso à internet, entre outras”, reforçou Mônica.
Portanto, segundo a dirigente da CONTAG, a sucessão rural é elemento fundamental na produção de alimentos e, inclusive, integra os pilares da Década da Agricultura Familiar. O segundo pilar é Apoiar a Juventude a garantir a Sucessão Rural da Agricultura Familiar.
“Mais do que nunca, precisamos comer comida de verdade, comida nutritiva. Então, o que será do País se a juventude sair do campo? Como será essa sucessão rural?”, questionou Mônica.
Essa defesa pela permanência da juventude rural com qualidade de vida e de trabalho também foi reforçada pelos(as) jovens representantes das organizações do Campo Unitário.
“Esse PL é um direito dos(as) jovens, de fazer parte de uma comunidade, e é uma necessidade social. E é um dever do Estado. Afinal, permanecer no campo não é uma escolha individual da juventude. Esse PL da Sucessão Rural expressa as vozes das juventudes como fundamental no enfrentamento ao desemprego, ao cenário econômico e de fome”, destacou Jailma Lopes Serafim, representante do MST.
“O PL da Sucessão Rural é o pontapé para a permanência da juventude rural no campo e o retorno de quem saiu. Para isso, é importante que o Estado brasileiro ofereça políticas públicas nesse sentido”, completou Mateus Menezes Quevedo, representante do MPA.
O deputado Vilson da FETAEMG, um dos requerentes da audiência pública, reafirmou o seu compromisso com essa demanda da juventude rural e com a agricultura familiar. “Nós somos representantes da agricultura familiar. Queremos um país com políticas públicas, com compromisso, um Brasil melhor, um Brasil sem fome e com justiça social. A agricultura empresarial é importante para a exportação, para a balança comercial. Mas, com isso não podemos deixar que acabem com a agricultura familiar, com a reforma agrária, pelo contrário. Por isso, é importante pensar e repensar essas políticas públicas”, defendeu o parlamentar.
FONTE: Assessoria de Comunicação da CONTAG – Verônica Tozzi