De acordo com os dados mais recentes da Divisão para Desenvolvimento de Inclusão Social da Juventude do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da Organização das Nações Unidas, em 2015 havia 1,2 bilhões de pessoas entre 15 e 24 anos de idade, número que chegará a 1,3 bilhões em 2030. No entanto, na América Latina e no Caribe, na Europa, América do Norte e Oceania, a população jovem estabilizou e as projeções indicam poucas mudanças nas próximas décadas. Isso significa um desafio muito grande para educar e promover oportunidades para que esses(as) jovens garantam o próprio desenvolvimento agora e no futuro.
Os estudos das Nações Unidas indicam que muitos países, especialmente na América Latina, África e Ásia, não estão garantindo educação para grande parte de suas populações jovens, o que representa uma grande ameaça para a sustentabilidade e promoção da igualdade no planeta. Condições desiguais de desenvolvimento têm como consequência condições desiguais de vida, exploração da forma de trabalho, menores chances de prosperar e bem viver.
No dia internacional da juventude devemos olhar para todos os jovens do mundo, mas, principalmente, refletir como a juventude brasileira se encontra no atual momento histórico.
Nosso país passa por uma crise financeira provocada por questões políticas, que é consequência de decisões governamentais para garantir o lucro de grandes empresas e parar o processo de inclusão social e econômica promovidos pelos governos Lula e Dilma. Os(as) jovens brasileiros(as) são os mais afetados por, exemplo, pela Emenda Constitucional 95, que congela os investimentos em políticas públicas como saúde e educação por duas décadas! Essa medida já tem consequências gravíssimas para a saúde pública, com o desmonte gradativo do SUS, e do sucateamento cada vez maior da educação pública, desde o Ensino Básico até o Ensino Superior. Isso sem falar no fechamento de quase 30 mil escolas do campo nos últimos 14 anos em todos os estados brasileiros.
Dados do Censo Agropecuário 2017 indicam o envelhecimento do campo, do aumento da concentração de terras e da mecanização da produção. Cada vez mais jovens, especialmente mulheres, deixam o meio rural em busca de educação e de oportunidades de emprego nas cidades. Devemos cada vez mais refletir sobre isso, dentro e fora do movimento sindical: quem vai garantir a produção de alimentos saudáveis, a segurança e soberania alimentar de nosso país? Precisamos que nossos direitos à educação, saúde, acesso à cultura, esporte, lazer, tecnologias sejam garantidos! Precisamos de políticas públicas que garantam a produção e comercialização de alimentos, geração de renda, desenvolvimento sustentável.
O Brasil é signatário da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas e, por isso, se comprometeu a cumprir os 17 objetivos propostos, que são:
1. Erradicação da pobreza
2. Fome zero e agricultura sustentável
3. Saúde e bem estar
4. Educação de Qualidade
5. Igualdade de gênero
6. Água potável e saneamento
7. Energia limpa e acessível
8. Trabalho decente e crescimento econômico
9. Indústria, inovação e infraestrutura
10. Redução das desigualdades
11. Cidades e comunidades sustentáveis
12. Consumo e produção responsáveis
13. Ação conta mudança global do clima
14. Vida na água
15. Vida terrestre
16. Paz, justiça e instituições eficazes
17. Parcerias e meios de implementação
Esse é mais um argumento para as juventudes brasileiras, assim como as juventudes de todo o mundo, se conscientizem de seu poder de transformação e se organizem para lutar por seus direitos, para ter um presente e um futuro dignos. É preciso mobilização cada vez mais forte para mudar nossa realidade e só faremos isso de mãos dadas, com garra e muita fé.
A juventude rural certamente está presente nessa luta!
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG – Lívia Barreto
Foto: César Ramos