Reforma Agrária quando? Já!! Foi com essa frase de ordem que foi iniciado o Encontro Nacional de Reforma Agrária e Crédito Fundiário na tarde deste domingo (20), com um grande grupo composto por dirigentes sindicais, assessorias, consultores do crédito fundiário e parceiros.
O encontro ocorrerá até o dia 23 de março, e pretende analisar a questão agrária no contexto político, econômico, social e ambiental; compreender os principais desafios e demandas na execução da política pública e na ação sindical; socializar e refletir sobre o acúmulo produzido nos Encontros Regionais e Estaduais de Reforma Agrária; socializar o Plano Operacional Anual 2016/2017 da Secretaria de Política Agrária; identificar as questões centrais para a pauta de negociação do Grito da Terra Brasil e da Marcha pela Reforma Agrária; e planejar a Marcha Nacional pela Reforma Agrária.
O início do encontro envolveu todos os(as) participantes em uma mística e trabalho em grupo que levou o grupo a refletir sobre a sua história e sobre a luta pela terra. Todos os grupos, seguiram em uma marcha simbólica pela reforma agrária em direção ao Auditório Margarida Maria Alves, onde apresentaram os seus painéis e anseios, e levantaram várias dificuldades e estímulos para fortalecer a luta pela reforma agrária.
Após a mística, foi feita a abertura política do encontro. O secretário de Política Agrária da CONTAG, Zenildo Pereira Xavier, destacou em sua fala o momento conjuntural vivido hoje no País, de muita dificuldade, de disputa pelo poder, com impactos no campo e, principalmente, na política de reforma agrária. “Quando acreditamos, quando colocamos o povo na rua, conseguimos mostrar a nossa força! Temos agora o grande desafio de realizarmos a Marcha pela Reforma Agrária, em maio deste ano.”
A abertura também contou com a presença do Francisco das Chagas, diretor do PNCF na SRA/MDA. Ele destacou a importância da política de crédito fundiário para o desenvolvimento rural. “É importante fortalecer esse coletivo, pois a Secretaria de Política Agrária é o coração do movimento sindical. A terra é a principal demanda dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, principalmente para os jovens e mulheres.”
A secretária de Jovens da CONTAG, Mazé Morais, ressaltou a emoção vivenciada com a mística de abertura. “Fez lembrar de muitos que já tombaram nesta luta. Estamos vivendo um momento delicado na história do Brasil e do movimento sindical. São vários desafios apresentados para nós, principalmente vislumbrando o processo eleitoral em outubro. Estamos também nos preparando para as plenárias de mulheres, jovens e terceira idade, em preparação do 12º Congresso Nacional da CONTAG.”
Já a secretária Geral da CONTAG, Dorenice Flor da Cruz, destacou que, para a CONTAG, um dos maiores desafios é avançar na política de reforma agrária. “Esse trabalho das Secretarias de Agrária da CONTAG e das Federações não tem sido fácil. Reunir nesse momento para pensar em estratégias para avançar na reforma agrária não será um trabalho fácil. Vamos construir propostas para negociar com o governo e nesse cenário não sabemos ainda se conseguiremos avançar devido a conjuntura.”
A nova coordenadora da Regional Sudeste da CONTAG, Alaíde Bagetto Moraes, também participou da abertura e falou da sua expectativa com a realização deste encontro. “Esse tema é muito importante. Não conseguiremos alcançar o desenvolvimento rural, emancipar as mulheres e ter acesso rural sem o acesso a terra. É um desafio para quem está aqui, pois os trabalhadores e trabalhadoras estão esperando uma resposta nossa.”
PROGRAMAÇÃO
A programação segue até quarta-feira. Nesta segunda-feira (21), haverá pela manhã uma análise de conjuntura “A reforma agrária no contexto político, econômico, social e ambiental”, com o professor da Universidade de Brasília, Sérgio Sauer. Em seguida, está programado outro momento para refletir sobre a reforma agrária no Congresso Nacional e no Poder Judiciário, com o deputado federal João Daniel, que é o coordenador do Núcleo Agrário do PT, e com o procurador federal do Incra, Júnior Fidélis. No período da tarde, está previsto uma exposição sobre os desafios e perspectivas da execução da política de reforma agrária e do Programa Nacional de Crédito Fundiário, com o secretário de Reordenamento Agrário do MDA, Adhemar Almeida, e com a presidente do Incra, Lúcia Falcón. Outro momento importante que ocorrerá na segunda-feira será uma roda de conversa sobre as lutas sociais pela reforma agrária, com a presença de representações de vários movimentos sociais do campo parceiros.
Para o dia 22 de março, terça-feira, haverá pela manhã um balanço das ações, perspectivas e desafios para o avanço do PNCF, bem como o detalhamento das ações sobre o processo de renegociação das dívidas dos beneficiários do programa. À tarde, ocorrerá uma exposição sobre o olhar da base sindical sobre as ações de reforma agrária e do PNCF e, em seguida, o planejamento para a Marcha pela Reforma Agrária.
Para o último dia (23), o planejamento da Marcha terá continuidade e, por fim, será feito um momento de avaliação e encerramento do encontro.
FONTE: Assessoria de Comunicação CONTAG – Verônica Tozzi
Obs.: A Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Ceará (Fetraece) é representada no encontro pelo secretrário de Política Agrária e Meio Ambiente, José Ferreira de Matos, dois assessores da Federação e dois representantes dos sindicatos (um de Caucaia e outro de Quixeramobim).