Ato nacional em Brasília, nesta quarta-feira 26, a partir das 10h, expõe a fome, pressiona o Parlamento e exige auxílio de R$ 600 para 70 milhões de brasileiros(as)
Pandemia, desemprego, falta de vacina no braço e de comida no prato. O povo brasileiro está passando fome e a redução do valor e do alcance do auxílio emergencial, um crime cometido pelo governo federal, levou essa situação ao extremo. Por isso, nesta quarta-feira (26), a partir das 10h, as Centrais Sindicais e os Movimentos Sociais, de forma unitária, farão ato nacional e presencial em Brasília, em frente ao Congresso Nacional.
Presencial, porém, sem aglomeração e sob todos os protocolos sanitários para evitar contágio e propagação do Coronavírus, em respeito à vida, à ciência e às famílias de quase meio milhão de pessoas que morreram de Covid-19 e em consequência do negacionismo e incompetência do governo federal.
O ato será integralmente transmitido, ao vivo, para todo o Brasil, via Facebook da CONTAG e redes sociais das Centrais e demais organizações, além de TVs comunitárias.
CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central, CSB, Intersindical, Pública, CSP-Conlutas, CGTB, CONTAG, MST e Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo organizam o ato 26M.
“Estamos juntos em defesa do auxílio emergencial de R$ 600,00 e contra a fome e a miséria. Lutamos por vacina no braço e comida no prato para todos e todas. Com essa mesmo unidade e compromisso com o povo brasileiro, a CONTAG, Centrais e demais organizações estarão doando no dia 26, três toneladas de alimentos agroecológicos a catadores(as) de material reciclável cooperativados(as) no Distrito Federal”, Aristides Santos, presidente da CONTAG.
A mobilização terá as presenças e falas dos presidentes nacionais das centrais sindicais e das lideranças dos movimentos sociais, além de parlamentares. Todos falarão do alto de um caminhão de som, voltados ao Parlamento.
O ato também marcará o lançamento e a entrega a lideranças partidárias no Congresso Nacional da primeira Agenda Legislativa das Centrais Sindicais para a Classe Trabalhadora. Os sindicalistas solicitaram audiência com os presidentes Arthur Lira (Câmara dos Deputados) e Rodrigo Pacheco (Senado) para entregar o documento.
Elaborada em conjunto com o DIAP (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), a Agenda é um documento de resistência e atuação propositiva junto ao Congresso Nacional, que traz o posicionamento e faz propostas do movimento sindical a 23 projetos em tramitação na Câmara dos Deputados e Senado. A maioria desses projetos afeta negativamente a vida e os direitos da classe trabalhadora, como a reforma administrativa, privatizações, reduz a geração de emprego e renda.
ATO COMEÇA NA COLHEITA
Ao final do ato, serão doados alimentos, cultivados sem agrotóxicos, pela agricultura familiar em áreas da CONTAG (Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais e Agricultores Familiares) e assentamentos do MST.
Ainda na segunda-feira (24), a CONTAG esteve acompanhando de perto a colheita de alimentos produzidos por agricultores e agricultoras familiares de Planaltina/DF, e que serão distribuídos no dia 26.
Entre os produtos, estão: maracujá, abóbora, batata, cenoura, abacate, tomate, cajá, maxixe, mexerica, limão, chuchu e mamão.
Serão mais de 600 cestas com, ao mínimo, 16 itens colhidos e transportados em quatro caminhões até a frente do Congresso Nacional, na Esplanada dos Ministérios. Depois as cestas serão entregues a catadores de material reciclável da CENTCOOP, cooperativa na periferia do Distrito Federal, trabalhadores atingidos pela falta de emprego e redução do auxílio emergencial.
30 MILHÕES SEM AUXÍLIO
Em 2020, o auxílio emergencial foi de R$ 600, chegando até 1,2 mil para mães chefes de família com filhos menores de 18 anos. Neste ano, por decisão do governo federal, esse valor vai de R$ 150 a R$ 375, no máximo.
No ano passado, 68 milhões de brasileiros tinham direito ao auxílio por conta da pandemia. Neste ano, esse número, segundo o DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), baixou para 38,6 milhões de beneficiados. Em consequência das novas regras impostas pelo governo federal, quase 30 milhões de brasileiros passaram a viver em insegurança alimentar.
Oficialmente, o Brasil tem 14,5 milhões de famílias vivendo em extrema pobreza registradas no CadÚnico (Cadastro Único do governo federal), ou seja 40 milhões de pessoas, mas milhões estão fora das estatísticas oficiais nessa pandemia.
Os R$ 600,00 garantiram a segurança alimentar e a roda da economia girando, em 2020, quando a cesta básica nas maiores capitais do país era de R$ 500,00. Neste ano, subiu e custa R$ 600,00, enquanto o auxílio, para milhões, baixou a menos de um terço do valor do ano passado.
FONTE: Comunicação Ato #600ContraFome