O Movimento Sindical Rural começou sua organização em 1963 com a criação da nossa Confederação Nacional dos Trabalhadores/as na Agricultura (Contag) e também de vários Sindicatos de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais espalhados Brasil a fora. Fomos surpreendidos no ano seguinte com o Golpe Militar. Quem acompanhou aquela época sabe como foi difícil, mas sobrevivemos a tudo isso, pois a organização dos nossos trabalhadores/as rurais foi fundamental. O movimento sindical rural colaborou com várias lutas enfrentadas, ajudou a criar a Central Única dos Trabalhadores (CUT), foi para as ruas em defesa das Eleições Diretas, do impeachment do Collor, contra as privatizações do Governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e muitas outras lutas importantes, até a derrubada da elite conservadora do poder, quando elegemos pela primeira vez um operário como presidente do País.
Com Lula, o Brasil passou por diversas mudanças importantes que beneficiaram principalmente os mais pobres, como no caso de programas fundamentais para a superação da miséria (como Fome Zero e o Bolsa Família) e de acesso ao ensino superior (como PROUNI, FIES e as Cotas nas universidades e faculdades), ações que permitiram aos filhos dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais o direito de frequentar a universidade. Além disso, os governos de Lula investiram ainda na reestruturação do ensino técnico profissionalizante, com a expansão dos Institutos Federais, dando assim, aos negros, índios e pobres estudantes de escolas públicas a chance de sonhar com uma vida melhor. Para dar continuidade a este processo de mudanças, elegemos a Presidenta Dilma Rousseff em 2010 e a reelegemos em 2014.
Para não acontecer o que aconteceu em 1964, os delegados e as delegadas desta 4ª Plenária Estadual dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares – Plenária Zé Pereira – reunidos/as em Beberibe-CE, entre os dias 29 e 31 de março de 2016, vêm através deste manifesto dizer para a sociedade brasileira que não aceitam este GOLPE que está sendo orquestrado por uma mídia golpista, em destaque a Rede Globo de Televisão, pela direita conservadora e pelo Congresso que não tem compromisso com a classe trabalhadora. Repudiamos, portanto, todas as tentativas de ruptura institucional atualmente em curso no nosso País e reafirmamos a defesa da nossa jovem e valorosa democracia.
NÃO VAI TER GOLPE!