Agricultura Familiar como modo de vida para combater a Desertificação

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Proclamado pela Organização das Nações Unidas desde 1995, o Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação – 17 de junho, abre uma reflexão pública sobre a cooperação internacional no combate à desertificação e os efeitos da seca.


 


De acordo com a ONU, a desertificação é “a degradação da terra nas regiões áridas, semiáridas e secas, resultante de vários fatores, entre eles as variações climáticas e as atividades humanas”.


 


Dentre as causas da desertificação, aponta-se o desmatamento; a construção de áreas de pastagem para grandes fazendas pecuaristas; uso do solo de maneira inadequada a serviço do agronegócio; má utilização de mananciais de água; atividade mineradora e seus impactos ao solo e a biodiversidade no local e arredores em que se instala; e queimadas.


 


No Brasil, esse processo de degradação contínuo e atualmente incentivado pelo governo federal tem tornado os biomas do país em grandes desertos. Como exemplos, cita-se: as queimadas no Pantanal em detrimento de interesses de pecuaristas que tentam ampliar suas grandes fazendas nos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul; o desmatamento acelerado na Floresta Amazônica para dar lugar às mineradoras, às barragens e ao latifúndio; a implantação do MATOPIBA – nova fronteira de expansão das plantações da monocultura de soja e eucalipto, no Cerrado e Caatinga, em especial, nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia; da extinção permanente da mata atlântica em detrimento da urbanização, o que se acentua ainda mais com a especulação imobiliária; a plantação em larga escala de eucalipto e pinho, comprometendo a existência dos biomas dos pampas e floresta de coníferas originais, no Sul do país.


 


Em contraposição a essa forma exploratória dos biomas praticada pelo agronegócio e pelas “grandes” empresas e empreendimentos com o incentivo do governo federal e, atendendo aos interesses do capital nacional e internacional, a Agricultura Familiar mantém historicamente práticas do desenvolvimento viável e sustentável para a preservação do meio ambiente, contribuindo com a diminuição da desertificação no Brasil.


 


“É essa forma utilizada pela agricultura familiar que tem garantido ao longo dos séculos a preservação da biodiversidade e a conservação do meio ambiente e do solo. Com a nosso jeito de ser, temos preservado a vida e os biomas e, ainda levamos às mesas do Brasil uma alimentação saudável, acessível, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente”, pontua a secretária de Meio Ambiente da CONTAG, Sandra Bonneti.


 


No Dia Mundial do Combate à Seca e à Desertificação é importante lembrar e refletir que o que está em jogo no Brasil são dois projetos políticos. De um lado, o projeto exploratório causador da desertificação, defendido pelo agronegócio e pelas “grandes” empresas e apoiado pelo governo federal. O outro é o projeto proposto pela Agricultura Familiar través dos Sindicatos, Federações e CONTAG (Projeto Alternativo de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário – PADRSS), em que os(as) agricultores e agricultoras familiares nos seus territórios rurais, em todo país, primam pela conservação da biodiversidade, num mundo no qual a humanidade e outras espécies permanecem vivas e convivendo em harmonia.


 


De qual lado você está?


 


Qual o melhor projeto para a preservação da vida no planeta?


 


FONTE: Comunicação CONTAG – Barack Fernandes