Milhões de pessoas voltaram às ruas em todo o Brasil na sexta-feira, 10 de agosto. Mobilizado pela CUT, Frente Brasil Popular e demais centrais sindicais e movimentos sociais, o povo pediu o fim do desemprego, dos preços abusivos do gás de cozinha e da gasolina, das privatizações, dos retrocessos sociais e trabalhistas, do arrocho salarial e dos desmandos de várias ordens. No Nacional de Paralisação e de Manifestações – o Dia do Basta, ocorreram paralisações, atrasos de turnos, panfletagens, diálogo com a população e atos em diversos estados. No Ceará não foi diferente. Em Fortaleza, cerca de 5 mil trabalhadores e trabalhadoras protestaram no Centro da capital durante toda a manhã. Também houve registro de atos em Madalena, Limoeiro do Norte, Quixadá e Juazeiro do Norte.
Em Fortaleza, diversas categorias mobilizaram-se para as manifestações, a exemplo, de bancários, comerciários, rurais, metalúrgicos, rurais, professores das três esperas do ensino público e demais trabalhadores da área da educação. Também foi registrada a participação de ramos ligados às áreas da construção civil, asseio e conservação, processamento de dados, além do serviço público municipal, estadual e federal, além de partidos de esquerda. A concentração para o ato teve início às 9 horas na Praça da Bandeira, seguindo em caminhada pelas ruas e avenidas do Centro, encerrando-se na Praça do Ferreira.
“Estamos hoje gritando para a sociedade brasileira, ao mesmo tempo em que dialogamos com ela, mostrando tudo o que está acontecendo em nosso país. Não dá para aceitar o gás de cozinha saltar de 45 para 90 reais. Não dá para aceitar um reajuste de 220% por cento nos combustíveis. Isso é inadmissível”, disse o presidente da CUT-CE, Wil Pereira. O dirigente destacou ainda a necessidade urgente de se revogar a reforma trabalhista, pela proteção dos direitos da classe trabalhadora.
Mudar o rumo da política
Os desempregados ou em condição de subemprego no Brasil já somam 25% da população. Foi o que destacou a presidenta da Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado do Ceará (Fetamce). Em sua fala, Enedina Soares lembrou aindaque os empregos que surgem hoje no Brasil são mais precários: “Hoje é dia de dar um basta na precarização dos serviços públicos, no congelamento dos investimentos sociais por 20 anos e nas reformas de Michel Temer que colocam os trabalhadores numa situação de escravos do mercado de trabalho. Não é esse o rumo que a gente quer pro país. Esse retorno das mobilizações é necessário pra mudar o rumo da política e da economia brasileiras, e o rumo do Congresso Nacional”.
Romário D’Ângelo, secretário estadual de Juventude do Partido dos Trabalhadores (PT-Ceará), defendeu que o “Dia do Basta” tem importância significativa para a sociedade e para a própria juventude, “que não aguenta mais ter seus direitos retirados”, como tantos cortes na educação. “A classe dominante não quer perder seus privilégios, enquanto a gente está aqui, defendo os direitos sociais de todos”, afirmou.
O período eleitoral é um momento oportuno e que requer atenção primordial da classe trabalhadora. Foi o alerta da presidenta do Sindicato dos Jornalistas do Ceará (Sindjorce), Samira de Castro: “Este é um dia também pra lembrar que estamos num ano de eleição majoritária e a classe trabalhadora não aguenta mais a retirada de direitos”. Ele defendeu a necessidade de se ter uma plataforma de candidatos nos cargos a presidente, deputados federais e estaduais que revoguem a reforma trabalhista. “Porque o que a gente está vendo é o crescimento do desemprego, a precarização dos postos de trabalho , o aumento do custo de vida, o Brasil voltando a fazer parte do mapa da fome. A gente tem de se rebelar contra isso”, enfatizou a dirigente.
Movimentos sociais e sindical unidos
Além da CUT-CE, manifestações por todo o Ceará também envolveram centrais sindicais como CTB, Força Sindical, Intersindical, UGT, NCST e CSP-Conlutas, além de muitos movimentos sociais ligados à Frente Brasil Popular no estado. Também foram registrados atos, caminhadas e paralisações no interior, a exemplo de Juazeiro do Norte, Limoeiro do Norte e Quixadá. Em Madalena, reuniram-se também sindicalistas e movimentos sociais de Canindé e Boa Viagem. O povo foi às ruas na luta por um Brasil com mais empregos, sem desmontes, sem privatizações, com mais cidadania e pelo direito do ex-presidente Lula ser candidato nas eleições deste ano.
Não se cale. É pelo coletivo! É pelo povo! É pelo Brasil! – disseram os trabalhadores e trabalhadoras pelas ruas das cidades cearenses. Houve registros de manifestações nos 27 estados brasileiros.
Fonte: CUT/CE