‘É briga de cachorro grande com vira-lata’, diz filha de ambientalista assassinado por lutar contra agrotóxicos

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A família de Marcia Xavier é vítima direta dos problemas gerados pelo uso de agrotóxicos. Sua filha sofre com puberdade precoce causada, segundo uma pesquisa, pelo uso indiscriminado de agrotóxicos na cidade onde vive, em Limoeiro do Norte, na Chapada do Apodi (Ceará). Já seu pai, o líder comunitário e ambientalista José Maria Filho, conhecido como Zé Maria do Tomé, foi assassinado em abril de 2010 – um mês após ser aprovada uma lei municipal que vetava a pulverização de pesticidas nas lavouras da região. 


 


Quando chegou a Brasília na terça-feira, 2 de julho, para participar de uma audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o uso de agrotóxicos em sua cidade, Marcia Xavier não esperava que ela também teria de falar sobre uma notícia divulgada no dia anterior: o Superior Tribunal de Justiça (STJ) confirmou uma decisão que, na prática, absolveu os supostos mandantes da execução de seu pai.  


 


“Claro que fui pega de surpresa… Mas eu cresci vendo meu pai nessa luta. Ele sempre dizia: ‘É uma briga de cachorro grande com cachorro vira-lata’. Eu sempre tive esse pensamento: não vai dar em nada porque são pessoas grandes que estão por trás [da execução dele]”, disse, emocionada. 


 


Antes de ser assassinado, Zé Maria lutava para que as empresas produtoras de frutas parassem de contaminar o solo e a água com os pesticidas.  


 


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